sexta-feira, 21 de junho de 2013

A ausência de uma cultura desportiva

Neste momento de frustração, ninguém quer ouvir falar dos “mambas” . As pessoas tem boas razões para tal. Uma pesada derrota diante da Guiné Conacry seguida da derrota em casa frente ao Egipto que ditou o fim do sonho dos moçambicanosa de verem a sua selecção jogar no mundial que terá lugar no país irmão, Brasil, são razões suficientes para estar de decepcionado. Como é de costume, após qualquer eliminação da nossa seleção, pede-se a demissão do Treinador ou então do elenco que dirige a Federação Moçambicana de Futebol. Mas chegou a altura de vermos que o problema maior não está necessariamente com o treinador,  com a direção e muito menos com o futebol. A crise na verdade está em volta do desporto nacional, e a causa do nosso insucesso é cultural, isto é, a ausência de uma cultura desportiva.

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Internet e Redes Sociais: Ludmila Maguni, activista Moçambicana

Ludmila Manguni
Facebook, Twitter, Whatsapp e tantas outras redes sociais online tornaram-se grandes centros de sociabilidade. Através de um telemóvel, computador, tablet, as pessoas conectam-se umas as outras partilhando uma diversidade de informação. Em Moçambique, embora o número de pessoas com acesso a internet seja baixo (4,3% dos 23 milhões de habitantes) esses números tendem cada vez mais a aumentar e a alta velocidade. E a alta velocidade surgem também  activistas moçambicanos que, através destas ferramentas contam ao mundo a sua realidade local assim como partilham com o local aquilo que acontece no mundo.

Uma das activistas  mais influentes de Moçambique é Ludmila Maguni. No twitter é mais conhecida por @_Mwaa_. É natural de Maputo, mas se identifica como cosmopolita, em outras palavras, cidadã do mundo. Conforme descreve no seu perfil “1º Moçambicana, 2º Africana e 3º  Cidadã do Mundo”. As suas publicações são feitas em português e inglês.

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Uma Vítima da Greve dos Médicos

Olga Sarita, 37 anos
Olga Sarita, 37 anos de idade, acaba de perder o seu filho que tinha pouco mais de uma semana. A causa da morte do recém-nascido foi a falta de atendimento médico hospitalar. A Greve dos médicos que já leva três semanas custou a vida do seu esperado quarto filho. Muito se tem falado do braço-de-ferro entre o governo e os médicos que não conseguem chegar a um acordo com relação as suas diferenças. Pouco se tem falado daqueles que pagam por isso. Olga é uma vítima no meio de tantas outras.

O seu parto estava marcado para dia 20 de Maio no hospital de Mavalane, arredores da cidade de Maputo, mas em virtude da greve dos médicos, não foi possivel fazer a cesariana, tendo aguardado no hospital até sexta feira do dia 25. Foi obrigada a suportar as dores durante cerca de quatro dias. A criança nasceu com problemas respitatórios e com baixo peso. Por carecer de cuidados médicos, ficou no hospital por mais uma semana. Dois dias depois de ter regressado a casa, o seu filho perdeu a vida. Uma tragédia aconteceu.

Se os médicos tem ou não razão, a verdade é que muitos precisam de seus cuidados. Alguns vão perdendo a vida e tantos outros vão sofrendo. São várias “Olgas” que de forma anónima vão pagando as suas vidas por causa da greve. Os doentes obviamente que não tem forças para protestar, mas de certo que no fundo vão pedindo um basta a esta greve!


sábado, 1 de junho de 2013

Primeira Geração Pós-Guerra nas Eleições em Moçambique


As eleições autárquicas em Moçambique que terão lugar em Novembro próximo serão marcantes pelo facto de que a primeira geração que nasce após o acordo de paz (que culminou com o fim dos 16 anos de guerra civil) irá as urnas. 

A guerra civil em Moçambique teve a duração de 16 anos, por isso também conhecida como “A Guerra dos 16 anos”. Tal guerra colocou frente a frente as forças governamentais (dirigidas pela Frelimo) e o  movimento rebelde, a Renamo. Este conflito teve o seu início um ano depois da independência do país, em 1976, e teve o seu término em Roma, no dia 4 de Outubro de 1992 quando o antigo presidente da República Joaquim Chissano e o líder de Renamo, Afonso Dhlakama assinaram o acordo de paz que ditou o fim das hostilidades.